Nas fotos acima você pode conferir uma das mães e os filhotes correndo e ciscando no pasto.
O Sitio da PK precisou esperar este tempo de seis meses até eu poder vir a publicar algo que provocasse minhas próprias emoções com alguma novidade valiosa. Afinal, isto aqui é o álbum de registros das flores, de alguns animaizinhos e das mudanças que vão ocorrendo, principalmente pela ação humana.
Como novidade, tivemos quero-queros (Vanellus chilensis)fazendo ninho no terreno do vizinho, bem ao nosso lado. Para quem curtiu durante doze anos ver as corujinhas nascerem ano após ano, acompanhar os hábitos de outras aves foi muito emocionante. Depois de coletarmos as observações fomos buscar outras fontes para confirmar, tanto em livros (ver Aves no Campus, de Elizabeth Höfling, Edusp) quanto na Internet.
Como funciona com os quero-queros? Bem diferente da coruja-buraqueira. Nós sempre achamos que quando as corujas fossem embora, os quero-queros, que ficavam rondando o jardim todos os dias, iriam fazer ninho por lá... mas por alguma razão, preferiram se expor aos predadores, tanto aos cães vizinhos, quanto a outros mamíferos, incluindo nós humanos.
Então a coisa com eles funciona assim: um quero-quero macho com duas fêmeas fazem tudo junto, defendendo o território e montando um ninho diretamente no chão, que deve ser plano e um pouco gramado. Nada de mato alto. As duas fêmeas botam ovos, cada uma colocando dois, e ficam chocando alternadamente. O macho vigia e grita o tempo todo... aquele grito que lhe deu o nome onomatopaico "quero-quero-quero-quero..." Isto vai assim por uns trinta dias.
No nosso caso, o macho sumiu (morreu?) antes dos ovinhos eclodirem. Então as fêmeas ficaram com uma tarefa a mais: vigiar e chocar, além de buscar comida para a que estava chocando. Que canseira! Achei que uma delas morreria de tanto stress! Pior ainda foi depois de nascerem três lindos 'quero-querinhos' ...Eles já nascem com a primeira plumagem e sabem correr muito rápido. Ficamos torcendo pela família... mas duas semanas depois, quando retornamos, só vimos um filhote e este sobreviveu até a data de hoje! As fêmeas conseguiram pelo menos mais um quero-quero para dar-lhes continuidade. Legal que elas parecem não saber de quem foi o ovo que eclodiu ou qual filhote que sobreviveu. São bem democráticas, né?
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