A paina ainda compactada fora do fruto
Quando eu via os frutos da paineira (Chorisia speciosa) nas ruas de São Paulo, antes de ter o Sítio da PK, pensava que se tratavam de abacates subnutridos (confira esta impressão na primeira foto) Só depois, aprendi que da bela flor vem o fruto, que contém as sementes para gerar novas árvores. O que mais impressiona, na diversidade da botânica, é como cada planta criou uma forma engenhosa de se perpetuar. O abacate tem aquela sementona pesada dentro do fruto que, depois de muito maduro e meio comido pelos pássaros, cai direto no chão. A semente faz os restos rolarem como uma bola e, ao encontrar um lugarzinho bom, acaba por gerar um novo abacateiro.
Já a paineira tem outro truque. O ciclo completo, da flor (em Março) à soltura das sementes, leva uns 6 meses. Dentro do fruto, que tem uma casca bem dura, cria-se a paina, uma lã branca fina e sedosa, que se usava muito para encher os travesseiros ou as bonecas. Quando o fruto amadurece, no tempo que coincide com os ventos da primavera, ele vai se abrindo, a paina vai dando chance para as sementes ficarem mais sequinhas e, quando a paina explode como algodão, cai em tufos com as sementes, sendo levada pelo vento para bem longe, dando chance para novas paineiras surgirem. Em cada fruto há muitas sementes, dando mais chance de germinação. Ao pé do tronco das paineiras, forma-se um tapete branco com as painas e suas sementes bem resguardadas e, se a terra for boa, nascem inúmeras paineirazinhas.
No Sítio da PK, temos duas grandes paineiras, uma em cada ponta do terreno, mas como está tudo gramado, as sementes das paineiras germinam, porém o cortador de grama as ceifa. Então o jeito é colecionar alguns frutos, deixar amadurecer e semear as sementinhas naqueles saquinhos plásticos pretos para mudas de árvores. As fotos mostram uma paineira linda florida, na Granja Viana, que não é do Sítio da PK, mas que aparece ao repetidas vezes vezes ao longo da Rodovia Raposo Tavares.
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