20 de janeiro de 2010
Don Flor e suas duas esposas
Já ouviu falar no quero-quero? É uma ave interessantíssima, muito vista na Região Sul e Sudeste, cujo nome científico é Vanellus chilensis. Não reclamem do nome científico, eu também já reclamei muito, até aprender que é muito útil para pesquisar e identificar os bichos ou as plantas.
Os nomes populares variam de região para região, mas "quero-quero" é bem onomatopáico para esta ave que anda pelos nossos campos brasileiros.
Aqui no Sítio da PK, os quero-queros também andam pelos terrenos roçados ou gramados, e caminham quase sempre em grupo de três. Lendo sobre eles num dos livros mais vendidos da EDUSP, "Aves no Campus", da Elizabeth Höfling, descobri que é um macho com suas duas fêmeas, sendo que elas fazem um ninho só, no chão mesmo, botam seus dois ovos, e se revezam para chocar e alimentar. O pai fica vigilante, agressivo até, quando os filhotes estão no ninho. Se você chegar perto, ele grita, abre os esporões bem na inserção da asa e ataca! Ah...outro detalhe: os filhotes já nascem com as penas, o que facilita o trabalho dos adultos.
Então, temos entre as aves, o fenômeno de Jorge Amado, mas invertido: Don Flor e suas duas esposas. Não é divertido?
Mais um detalhe: quando estive no Rio Grande do Sul, notei que os quero-queros de lá são bem mais mansos, chegando perto da gente e não gritam à toa. Como brincadeira, lembrando das músicas gaúchas do Borghetti, sempre que chegávamos perto dos quero-queros, passamos a cantar aquela melodia maravilhosa chamada "Ninando". Acredite, se quiser, os quero-queros ficaram mais amigáveis!
Ainda assim, as fotos foram tiradas a uma certa distância e não estão muito nítidas.
As duas aves voando são as esposas de Don Flor.
A cada vez que eles levantam voo, Don Flor e suas esposas, e até os filhos, saem gritando "quero-quero-quero-quero...". Tenho certeza, depois dessa explanação toda, que você saberá reconhecer um quando ele passar voando sobre sua cabeça!
14 de janeiro de 2010
História em quadrinhos
Ao tentar publicar uma tirinha por vez, para ver se ficava legível neste blog, acabei por criar um blog ESPECIAL: www.coelhinhosdapk.blogspot.com
Se quiser ir acompanhando as tirinhas, é só ir para o blog dos coelhinhos.
Esta história - do Coelho da Páscoa Brasileiro - foi criada em 2005, quando a coelhada circulava no nosso jardim em grande número. Todas as manhãs víamos novos montinhos de bolinhas pretas (os cocozinhos)que até ajudaram a fertilizar o gramado. Já os canteiros de flores eram a grande sobremesa para todos. Via-se os talos restantes bem cortadinhos, onde deveria haver flores coloridas. As preferidas eram as flores européias(oras, mas não são coelhos europeus? os sabores preferidos não mudaram nos últimos 500 anos!)que só se consegue semeando, como as flox, os ranúnculos, as nemésias. Como toda história, ela foi nascendo espontaneamente, juntando-se os elementos e temperando-os com fantasia. Ficou uma boa mistura, tanto que não se sabe onde começa a fantasia ou termina a realidade.
Então, vamos lá...
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12 de janeiro de 2010
Coelhinhos
Coelhinhos são seres que mexem com nossa ternura. Dá vontade de pegar no colo, acariciar a pelagem, brincar com eles pelos campos e jardins. Mas coelhinhos não são cãezinhos... mesmo que eles se deixem domesticar, eles têm um comportamento bem diferente. Mas isto não importa muito quando queremos contar histórias... pois todos os bichos do Sítio da PK se entendem bem entre si... incluindo a nós humanos.
Este coelhinho que você vê na foto, nasceu lá no Sítio. A mãe fez um ninho no chão (veja na outro foto) e lá deixou os filhotinhos.
Sabia que ela só vem alimentá-los por uns minutinhos, duas vezes por dia, de manhã e de noite? Pois é, e o resto do tempo ela passa escondida, perto do local, mas longe para fugir de um predador, se necessário.
O coelhinho da foto veio parar na nossa mão, porque ao ouvir nossos passos, pensou que fôssemos a mãezinha dele. E... deixou-se pegar no colo e acariciar com muito prazer, isto é, depois de uns minutinhos, após perder o medo..
Este é o lado bom... mas, como muita gente sabe, coelhos se multiplicam depressa demais. E já tivemos essa experiência no Sítio... coelhos que vinham em fevereiro, para comemorar meu aniversário, e comiam todas as nossas flores, sempre as mais gostosas primeiro. Para não ficar sem nada, tivemos de controlar a entrada deles colocando uma cerca mais eficiente. Hoje aparece um ou outro, mas é bem raro... porém ainda os vemos nas estradas lá por perto.
O tipo de coelho que temos, com a pelagem marron e bege, é o coelho europeu (Oryctolagus cuniculus). O mesmo coelho que os portugueses trouxeram nas suas caravelas e que se espalhou pelo Brasil afora. Fiz uma história em quadrinhos, inspirada neles, e logo colocarei as tirinhas dia após dia para vocês lerem.
8 de janeiro de 2010
A Coruja-buraqueira
Quem conhece as histórias antigas do Sítio da PK ainda me pergunta: "As corujas ainda estão por lá?". E eu sempre tinha novas histórias para contar. Hoje, só posso recontar as velhas histórias. As corujas foram embora... como choveu demais durante o ano todo, sem uma época de seca bem definida, os túneis começaram a esboroar, pois a umidade ficou permanente. Nos primeiros anos, lá por 1999 até 2005, tivemos várias ninhadas,uma por ano, cada uma diferente da outra sempre com incidentes emocionantes.
Para a próxima temporada de acasalamento, lá pelo mês de Maio, vamos tentar reformar um dos três túneis que temos no jardim, para atrair um novo casal. Talvez uma das nossas antigas corujas até retorne, pois via-se que elas adoravam ficar no jardim... principalmente as fêmeas.
Elas ficavam tão sossegadas ao lado da entrada do seu túnel (ou buraco, porisso se chama coruja-buraqueira (Speotyto cunicularia)que era fácil fotografá-las.
Veja na foto ao lado uma das nossas fêmeas a quem chamamos de Senhora do Castelo. Foi feita há uns três anos. Note como ela está com a cabeça virada em 180 graus! O que você vê é uma cabeça virada para o fotógrafo mas de costas!
7 de janeiro de 2010
O que é o Sítio da Pk
É uma grande brincadeira, um lugar onde a luz do sol é plena durante o dia e as estrelas mais luminosas nas noites de Lua Nova. Um simples jardim… isto sim. Mas para quem tem olhos para ver: lá moram alguns bichos e aves, desde minúsculos besourinhos até corujas, com passagens de teiús, gambás, esquilos e coelhos… lá há plantas perenes, algumas árvores e flores da estação. Muito simples, nada de especial.
No sítio da PK a gente trabalha a terra, o espírito e o conhecimento. Com um pouco de imaginação pode-se até sentir que se é parte de um Universo fantástico, infinito, cheio de vida, bastante convidativo.Ao se acompanhar a evolução das plantas e os ciclos das flores, percebe-se a transitoriedade da vida, inspirando a mente a poetizar ou filosofar ou ao menos a despertar o desejo de conhecer melhor aquilo que está acontecendo bem em frente a nossos olhos. Em resumo, surge aquela pergunta quase infantil “por que?” e vai-se atrás das respostas.
Foi assim que o sítio como Sítio da PK foi sendo gerado ao longo da sua existência de 13 anos. O pedaço de terra nua e feia virou um Sítio, como resposta a uns tantos “porquês” e criou até personagens. A principal é a dona dele, a PK.
Sobre a PK e seus porquês contaremos historinhas de cada pequena descoberta. Só para dar uma primeira dica: PK é a abreviatura de Pequena Karen.
E agora, se você está nos lendo é porque o Sítio cresceu mais um pouco e virou sítio/blog para compartilhar as histórias do campo.
No sítio da PK a gente trabalha a terra, o espírito e o conhecimento. Com um pouco de imaginação pode-se até sentir que se é parte de um Universo fantástico, infinito, cheio de vida, bastante convidativo.Ao se acompanhar a evolução das plantas e os ciclos das flores, percebe-se a transitoriedade da vida, inspirando a mente a poetizar ou filosofar ou ao menos a despertar o desejo de conhecer melhor aquilo que está acontecendo bem em frente a nossos olhos. Em resumo, surge aquela pergunta quase infantil “por que?” e vai-se atrás das respostas.
Foi assim que o sítio como Sítio da PK foi sendo gerado ao longo da sua existência de 13 anos. O pedaço de terra nua e feia virou um Sítio, como resposta a uns tantos “porquês” e criou até personagens. A principal é a dona dele, a PK.
Sobre a PK e seus porquês contaremos historinhas de cada pequena descoberta. Só para dar uma primeira dica: PK é a abreviatura de Pequena Karen.
E agora, se você está nos lendo é porque o Sítio cresceu mais um pouco e virou sítio/blog para compartilhar as histórias do campo.
A foto que você está vendo é da Bina, a última coruja que ficou conosco nestes últimos 12 anos!
Ela aparece bem pequena à porta de sua casa, um túnel escavado no meu do gramado.
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